O mais recente fóssil desenterrado de um hot spot de ancestrais humanos na África permitiu aos cientistas construir a cadeia mais completa da evolução humana até agora. O fóssil de 4,2 milhões de anos descoberto no nordeste da Etiópia ajuda os cientistas a responder as dúvidas sobre como os ancestrais humanos deram o salto de uma espécie para outra.
Isso foi possível porque o novo fóssil, da espécie Australopithecus anamensis, foi encontrado na região de Awash, onde sete outras espécies de hominídeos - se espalhando por 6 milhões de anos e três das principais fases do desenvolvimento humano - foram descobertas anteriormente.
"Nós descobrimos a cadeia da evolução, a continuidade através do tempo", anunciou um dos co-autores do estudo, o antropólogo etíope Berhane Asfaw. "Uma forma evoluiu para outra. Esse fóssil é a evidência da evolução em apenas um lugar ao longo do tempo". As descobertas foram publicadas na última edição da revista científica Nature.
A espécie anamensis não é nova, mas sua localização é o que ajuda a explicar a mudança de uma fase pré-humana para a seguinte, dizem os cientistas. As oito espécies foram descobertas muito próximas, a menos de um dia de caminhada uma da outra.
Até agora, o que os cientistas tinham eram fragmentos da história da evolução, espalhados por todo o mundo. Encontrar todos em uma só área faz que estes fragmentos componham uma espécie de filme caseiro da evolução. "É como 12 quadros de um filme caseiro, mas que cobre 6 milhões de anos", disse o autor principal do trabalho, Tim White, co-diretor do Centro de Pesquisas em Evolução Humana da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos. "A chave aqui é a seqüência", disse.
O homem moderno pertence ao gênero homo, que é um subgrupo da família dos hominídeos. A espécie que evoluiu para o homo é provavelmente o gênero Australopithecus (também chamado de "homem-gorila"), cujo exemplo mais famoso é Lucy, fóssil de 3,2 milhões de anos encontrados três décadas atrás. Um candidato-chave para o gênero que evoluiu para o Australopithecus é chamado Ardipithecus. A descoberta na Etiópia é importante por conectar os dois.
Em 1994, um esqueleto parcial de um hominídeo que viveu há 4,4 milhões de anos, da espécie Ardipithecus ramidus - a mais recente das espécies de Ardipithecus - foi encontrado a cerca de dez quilômetros da última descoberta.
"Essa parece ser a conexão entre o Australopithecus e o Ardipithecus como duas espécies diferentes", disse White. A diferença mais importante entre essas duas fases da história do homem é a presença de dentes maiores, melhores comer alimentos mais duros, disse. Mesmo que seja a hipótese mais provável, contudo, ainda não é certo que o Ardipithecus tenha evoluído para o Australopithecus, disse White. A descoberta não elimina completamente a possibilidade de o primeiro ter desaparecido e o segundo ter se desenvolvido independentemente
segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008
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